Que lindo dia para sabotar a autossabotagem.

uma breve história sobre hoje de manhã.

Lorena Azeredo Germano
2 min readMar 13, 2019
Foto: Kelly Sikkema / Unsplash

hoje de manhã foi o momento estipulado por mim para começar essa newsletter. desde que decidi fazê-la, durante o recesso de fim de ano, pensei em frequência, pautas, formato. ideias que vinham e iam. o texto da carta #1 estava escrito, assim como uma lista de pautas para as próximas cartas.

eis que hoje de manhã, contemplando minha lista de pautas, pensei: vai ser a newsletter mais idiota e inútil do mundo. parabéns.

não é nenhuma novidade: você tem a ideia, desenvolve, planeja um pouco, coloca na agenda. na hora de botar na rua, acha tudo péssimo / não sabe por onde começar / se pergunta por que deveria / sente medo do que vão pensar / _____ (insira aqui a sua crise) e desiste.

agora veja só: para fazer uma newsletter, eu só preciso estruturar uma lista de assinantes e uma campanha no mailchimp (o que estava praticamente pronto) e escrever (o que já faço o tempo todo — não sei se por dom, mas provavelmente sim, pois como diria Clarice Lispector: “quem tem um dom raramente sabe o que fazer com ele”).

ou seja, tenho tudo o que preciso pra botar a prolixa pra jogo, e aí?

e aí?
é o verdadeiro trava trava.

mergulhei num mar de perguntas:
por que eu me saboto tanto?
por que me faço sentir as mesmas dores de sempre?
por que, mesmo quando encontro caminhos pra sair desse estado, bagunço tudo até me sentir sem saída de novo?

queria ter respostas, até pra compartilhar aqui e não deixar esta ser a newsletter mais inútil do mundo.

mas isso tudo aconteceu realmente hoje e, quando pausei o caos pra fazer um xixi, vi minha única rota de fuga: “quer saber? só de sacanagem, vou falar sobre autossabotagem mesmo. vou escrever isso agora e mandar ainda hoje”.

por enquanto, foi o jeito que encontrei: sabotar a autossabotagem.
e o que está diante de você agora é o outro lado desse meu “quem sabe um dia”.
estamos sempre tentando, né? às vezes conseguimos.

e você, tem alguma prática pra não se sabotar?
quer compartilhar um “quem sabe um dia” seu ou uma dificuldade?
me conta, eu sei que essas coisas rolam contigo também.

no mais, obrigada pela companhia e até a próxima!

beijo,
Lorena.

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este texto foi originalmente publicado na edição #001 da PROLIXA, uma newsletter que, como você percebeu, pode ter a pauta alterada depois de uma crise de insegurança, e tudo ótimo. escrevo pra ser uma surpresinha boa e leve na sua caixa de entrada e conversar sobre vida e cotidiano. para receber, é só se inscrever neste link.

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